domingo, 24 de maio de 2009
Por que Jango caiu.
“O governo de Jango não cai em razão de seus eventuais defeitos; ele é derrubado por suas qualidades: representa uma ameaça tanto para o domínio norte-americano sobre a América Latina, como para o latifúndio”.
Darcy Ribeiro
O Ibope
A pedido da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, o Ibope realizou pesquisa, durante os últimos dez dias antes do golpe, na maior cidade do país – aquela que, segundo os golpistas, saiu à rua em peso para apoiar a deposição de Jango. Os índices colhidos entre os dias 20 e 30 de março de 1964 mostravam, ao contrário, significativo apoio dos paulistanos ao governo.
Mais de 80% dos quinhentos eleitores entrevistados sabia dos decretos de Jango: encampação das refinarias de petróleo, desapropriação de terras às margens de açudes, ferrovias e rodovias federais; e tabelamento de aluguéis – medidas aprovadas por 64%.
No dia 26 de março o Ibope concluiu oura pesquisa: metade dos eleitores de oito capitais votariam em Jango à reeleição. Não há notícias de que tais pesquisas tenham sido publicadas na época.
Esses dois textos foram extraídos da nova coleção “Caros Amigos”
A história em cima dos fatos.
Esta é a segunda coleção de fascículos Caros Amigos. A primeira foi Rebeldes Brasileiros - Homens e mulheres que desafiaram o poder. A proposta, tanto da primeira como desta segunda coleção, é mostrar episódios e personagens da história do Brasil a partir de nosso ponto de vista, que difere substancialmente do encontrado em trabalhos semelhantes publicados pelas editoras grandes de revistas e jornais, mesmo porque elas defenderam e defendem a elite econômico-financeira que sempre dominou o poder e que não admite qualquer reforma institucional que possa ameaçar seus privilégios. Como aconteceu no episódio que vamos contar nessa série de fascículos, como aconteceu em episódios anteriores e como pode acontecer cada vez que um governo propuser mudanças estruturais ao país.
No caso as editoras grandes apoiaram vigorosamente o golpe de Estado que inaugurou o longo período chamado “anos de chumbo”, a ditadura militar que durou 21 anos., de 1964 a 1985.
A presente coleção, dividida em 12 fascículos que irão para as bancas e livrarias de quinze em quinze dias, descreve em detalhes as diversas fases daquele governo de exceção, a partir da noite de 31 de março de 1964 até a entrega da faixa presidencial a José Sarney, em 15 de março de 1985, após tumultuado processo que culminaria com a volta do Estado de Direito
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário